Brno. Uma cidade com um nome complicado de dizer. Pelo menos para nós, que falamos português. Na realidade não é assim tão díficil. Br-nu. Só isto. É a segunda cidade da República Checa, com cerca de 400.000 habitantes. Tem uma atmosfera bem diferente de Praga, mais amistosa, mais provinciana.
Brno é a capital da Morávia, uma das três regiões que constituem o país. Na minha opinião – e de muitas outras pessoas – o temperamento do povo da Morávia é diferente, para melhor. Não existe de forma tão clara aquela hostilidade aberta para com os estrangeiros, são pessoas mais sorridentes, mais tolerantes. Portanto, aqueles que lidam mal com a inépcia social dos “checos” deverão considerar uma visita a esta pequena cidade. Além disso, encontrando-se fora das rotas habituais dos turistas e dos passeios organizados, Brno tem um sabor bem genuino e preços claramente mais baixos do que em Praga ou alternativas como Cesky Krumlov ou Karlovy Vary.
Uma grande vantagem de Brno é que é muito compacta. Pode-se visitar tudo simplesmente caminhando, mas se necessitar de usar os transportes públicos, estes são tão organizados como os de Praga e bem mais económicos. E quais são os pontos altos de uma visita?
Talvez o melhor seja começar pelo castelo Špilberk, que ocupa uma posição elevada, oferecendo excelentes vistas sobre a cidade; foi construido no século XIII e é hoje o museu da cidade, com muito para ver no seu interior. A praça Svobody é também do século XIII. Originalmente o terreiro do mercado foi evoluindo com os tempos, ganhando requinte. Está repleta de detalhes e funciona ainda como mercado, podendo-se comprar ali bens alimenticios directamente dos produtores. Outra referência é a Vila Tugendhat, classificada como Património da Humanidade pela UNESCO. O edíficio foi construido nos anos 20 do século passado, durante a Primeira República, designação dada à primeira Checoslováquia independente (1918-1938). Por essa altura Brno era um centro cultural e os estilos Bauhaus e Funcionalista marcavam posições. Esta casa será o melhor exemplo. Desenhada por Mies van der Rohe em 1930 pode hoje ser visitada, apesar de se recomendar a reserva antecipada de bilhetes.
No centro histórico vamos encontrar alguns edíficios religosos de referência, como é o caso da catedral de São Pedro e São Paulo. O local onde se ergue desde o século XIV teve desde sempre uma presença espiritual, tendo existido ali um templo pagão dedicado à deusa Vénus. A igreja de Santo Jakub, austera na forma, foi construida no século XV e merece uma visita.
Mas há muito mais… só para citar alguns casos, temos as catacumbas, onde pode ir num passeio guiado (sugiro que consulte o centro de informação turística da cidade) que dura cerca de quarenta minutos, o mosteiro dos monges Capuchinhos, o Museu da Morávia e o Museu Mendel.
A melhor altura do ano para visitar será a Primavera, quando a Natureza desperta depois do rigoroso Inverno da Europa Central e as pessoas irradiam um espírito positivo. Mas o Outono tem os seus encantos, com os parques a pintarem-se com as cores quentes das folhas que vão caindo. No Verão pode fazer bastante calor e chover com frequência, e o Inverno… bom, é frio… como pode ver nas imagens deste artigo.
Para encontrar o alojamento mais adequado às suas necessidades aos melhores preços, deverá consultar a Rumbo.pt. Ficará talvez positivamente surpreendido ao verificar que mesmo numa época alta como é Junho, terá ao seu dispôr quartos a partir de apenas 18 Eur. Em Brno vamos encontrar um dos dois aeroportos internacionais (pelo menos em termos prácticos) da República Checa. O aeroporto está bem ligado à cidade por transportes públicos e é bastante funcional. Se preferir, pode chegar a esta cidade vindo, por exemplo, de Praga, usando os excelentes autocarros da Students Agency, que saem da estação de camionagem de Florenc de hora a hora, com um preço bastante razoável.