“É sem dúvida o edifício da era Estalinista de maiores dimensões na cidade de Praga. Foi construído entre 1952 e 1954 sob a supervisão atenta do Ministro da Defesa.”
Este artigo, sendo sobre um hotel, não é sobre o hotel. Não se trata de uma recomendação para alojamento mas de apresentar um edifício menos famoso de Praga mas tão interessante como muitas das referências do centro histórico.
O Hotel Crowne Plaza, localizado no bairro de Baba, para além de Dejvicka, é um símbolo da influência soviética na Checoslováquia de entre 1948 e 1989.
É sem dúvida o edifício da era Estalinista de maiores dimensões na cidade de Praga. Foi construído entre 1952 e 1954 sob a supervisão atenta do Ministro da Defesa na altura, Alexej Cepicka.
Trata-se de um elemento de um grupo maior, espalhado pela Europa Comunista, tal como as Sete Irmãs (Moscovo), o Palácio da Cultura e Ciência (Varsóvia) ou a Academia das Ciências (Riga).
O Hotel Crowne Plaza, já chamado Hotel Družba (que significa “amizade”, ou seja, a suposta amizade entre a União Soviética e a Checoslováquia), Hotel Čedok (agência governamental de turismo; nome adoptado a partir de 1957), International Hotel e mesmo, durante algum tempo, Holiday Inn, tem 88 metros de altura, 16 andares e, imagine-se, um abrigo nuclear para 600 pessoas.
A influência comunista é evidente por todo o lado: para além dos traços arquitectónicos, uma estrela encima o ponto mais alto do edifício, enquanto baixos relevos com temáticas socialistas se alinham sobre o piso térreo. Note-se que como tantas outros colocadas no topo de edifícios monumentais de construção comunista, a estrela que se pode ver aqui era vermelha. Foi nos tempos do Holiday Inn que foi pintada de verde, cor do dinheiro e do capitalismo.
No interior do hotel existem murais coloridos que ilustram o trabalho dos camponeses e no lobby pode-se ver uma enorme tapeçaria representando uma vista aérea de Praga onde ainda se encontram monumentos soviéticos há muito desaparecidos, como a estátua de Estaline demolida em 1962.
Para visitar poderá utilizar a linha de metro verde e sair na estação de Dejvicka. Vale a pena, sobretudo se nunca visitou um país com um passado soviético. É como se pudéssemos imaginar uma cena saída de um velho filme de James Bond a desenrolar-se ali, diante dos nossos olhos.